
Sim, é brega, eu sei. Mas hoje o dia foi de lembranças. Ou melhor, de saudosismo.
Foi um daqueles dias em que bate uma saudade, de algo lá longe, que talvez pela ação do tempo, parecia boa.
Saudades do campo aberto, pasto verde, correndo entre os animais e sobre os ribeirões.
Saudades dos pés de laranja, branca, açúcar, limas....
Saudades dos pés de tangerina que nos feriam quando atacávamos roubando as tangerinas ainda verdes...e o cheiro...
Dos pés de “ameixa” (mais tarde viria a descobrir que o verdadeiro nome é nêspera)....
Do pé de butiá....conhecem? aquele coquinho amarelo agridoce...delícia..
E ainda tinham os pés de figo, pessegueiros, limoeiros, pêra...e aquelas uvas verdes que contávamos as horas para ficarem doces.
Lembrei das cenouras e nabos que roubávamos da horta da tia, tirávamos do chão, lavávamos na água do ribeirão e vapt, guela abaixo.
E a fruta-do-conde silvestre, doce como o mel...hummmm
E o cheiro de tudo...uma memória líquida que desperta bem estar. É como se aqueles aromas proporcionassem uma sensação de segurança...não sei..Acredito que era por causa da inocência infantil, quando não nos preocupávamos com contas a pagar, desempenhar bem sua função na empresa, essas amarras que o sistema te impõe.
Saudades do pai e da mãe....muitas saudades.
Dói sim, mas foi bom lembrar.
Muito bom.

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