27/04/2008

Vida em Delegacia

Pela terceira vez esse ano compareço a uma delegacia para registrar um B.O. Na primeira foi por causa do arrombamento do carro, a segundo foi o famigerado acidente em que a Localiza passou a ter um Gol a menos e dessa vez para registrar a perda (pra não dizer furto) dos documentos do carro. Tudo esse ano. Mas hoje a presença foi particularmente sui generis. O escrivão, um senhor dos seus ciquenta anos, extremamente mal humorado. Teclava no computador com dois dedos. Quando apresentei a identidade me esculhambou porque não era de São Paulo, pois facilitaria a vida dele. Tive que ditar os dados e novamente reclamou do sobrenome que era difícil de escrever ( e apesar de eu soletrar ainda saiu errado). Quando imprimiu o BO olhou bem e rasgou todo. Não sei o que deu de errado. Nesse momento uso meu celular para ligar para a Localiza para saber se havia carro a disposição para troca, quando ouço o tal escrivão em alto e bom som me esculhambando de novo porque eu estava usando o celular: " aqui na delegacia não pode porque estraga os computadores", disse ele. A essa altura eu já não sabia mais o que fazer pois a impressão que eu tinha era de que qualquer coisa ali tiraria o homem do sério.
Enquanto acontecia isso, policiais e delegado, no balcão do lado contavam um bolo de dinheiro, pedras de crack, pequenos embrulhos de maconha, e vidros de lança perfume. Caradepaumente perguntei do que se tratava e explicaram que se tratava de uma gang de menores que foi pega traficando aquilo. Olhei para a sala de espera e havia alguns casais, e um dos policiais chama: "quem é mãe do Wallace (acho que se escreve assim)?. Prontamente uma das mulheres se levantou sorrindo tranquilamente e ele avisou: " dessa vez ele não escapa, ele vai ter o dele...pode ficar sentada e começar a chorar porque vai demorar...". Foi então que entendi que todos ali eram os pais dos menores pegos traficando. Logo em seguida trouxeram os seis e levaram para uma sala especial. Credoemcruz.....coisa maluca tudo isso.
Voltando ao meu BO. Quando recebi meu BO e assinei foi então que ouvi o resmungo do escrivão (finalmente clareando o motivo do sua rabugentice): "esses filhos da puta do caralho só servem pra dar trabalho...cambada de sem vergonhas, não saio tão cedo daqui hoje!".

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