25/01/2009

Vida de "Caixeiro Viajante"

O meu trabalho exige que periodicamente viaje por algumas regiões do Brasil. Na tentativa de aprimorar a prática docente dos mais diversos e distantes lugares do Brasil.
Um amigo meu certa vez insistia em dizer que sempre que eu voltava de uma dessas viagens, algo estava diferente. A afirmação sempre me incomodou. No entanto nunca deixei de pensar nela. Não sei se o meu "diferente' vai ser igual ao dele. Mas eu noto também que após as jornadas algo se modifica.
O fato, é que, essas viagens despencam altos níveis de adrenalina e tensão.
Começa com os voos de avião: não tenho medo, mas sim pânico. Enquanto não pousa no destino fico tenso, principalmente na decolagem. Esse momento sempre é complicado pra mim. Passado isso começa a marotona: chegar em cidades desconhecidas, descobrir a localização dos hotéis, das escolas, um lugar descente pra fazer refeição e por aí vai. Ainda há as longas e desertas estradas que se atravessa, com uma sensação de "não saber aonde vai dar e o que vai se encontrar".
Mas acima de tudo isso a parte mais difícil é a solidão. A solidão nos hotéis, nas estradas, acompanhado apenas de um "music player" tocando músicas para distrair e para lembrar de quem se gosta.
As saudades de casa e de quem você ama é cruel. Dá vontade de telefonar e contar tudo, conversar horas, narrar detalhes e sensações. Essa saudade é demais.
É por superar tudo isso, enfrentar o desconhecido, subliminar as saudades, treinar a paciência e namorar com o tempo para que ele passe mais rápido, é que me sinto um pouco mais forte e maior cada vez que retorno pra casa. É a sensação de ter vencido uma luta, consigo mesmo: a superação de medos e desafios. Acho que é isso que parece diferente e que outros comentam. Sei que isso não é o fim do mundo. Há outras pessoas e profissões com desafios bem maiores. Isso até serve de consolo. Mas cada um fala do seu.

Atualmente estou no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Louco pra terminar os trabalhos e voltar pra casa.

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